domingo, 25 de julho de 2010

Censuras


Cortaram-me as asas
Como se fosse proibido voar
Roubaram-me o céu
Para que eu não pudesse mais amar.
Acordaram-me de meu sono
Como se fosse proibido sonhar
Calaram-me quando cantava
Como se não soubéssemos mais dançar.
Calada era chorava
Como se fosse imprudente gritar
E como o fim da calma falca triste
Triste ela se pós a calar.
Proibiram-me de recomeçar
Como se o recomeço fosse o fim
Olharam-me com censura
Como se cada lagrima fosse para mim.
E como o dançar de roda triste
Tão triste ela rodava assim
E a minha alma rodava sozinha
Como se você não morasse mais em mim.
Vinicius D. Souza

Brincando com as estrelas


Ontem eu vi um menino brincando com as estrelas
E vi o tempo passar sentado em minha cadeira
Vi a lua que brilhava sozinha
E sozinho vi a lua se apagar.
Vi o dia brincar de ciranda
Vi o cometa em suas andanças
Vi a criança brincar de furacão
Enquanto a velhice me trazia a solidão
E vi a minha velha barba branca
Tão branca quanto à nuvem que passou...
Ontem eu vi um menino brincando com as estrelas
E da beira da vida
Eu vi o mar levar as lembranças
E me molhei com a chuva de lagrimas
Em cada existência
Em cada outono
E vi o pôr-do-sol
Enquanto o vendo soprava em meus sonhos
E vi o que não podia se ver
Ouvi a minha musica no disco antigo
E a cantei em meu castelo sozinho
E vi o sorriso mais triste
E ao mesmo tempo mais lindo
Na tela do céu azul
E ontem...
Ontem eu vi
Um menino brincando com as estrela.
Vinicius D. Souza

Baú


O que cabe no silencio
Talvez um grito ardente de medo e solidão
Ouvidos apenas por quatro paredes mudas.
O que cabe na loucura
Talvez a ignorância que nos cega
E ironicamente nos faz sorrir em vão.
O que cabe na lucidez
Talvez um bêbado flutuando em suas pálpebras dormentes
Equilibrando-se em suas verdades.
O que cabe em uma lagrima
Quem sabe a existência que como a chuva escorre pelo rosto
Em inúmeras gotas do que nos restou.
O que cabe no amor
Talvez o infinito que tocamos
Mas que é nulo por não ser eterno.
O que cabe em uma palavra
Quem sabe o silencio de pálpebras imóveis
E de lábios secos que já não sabem mais o que dizer.
Vinicius D. Souza

Pensamento 2

Fazia tanto tempo que eu não escrevia, fazia tempo mesmo
Tanto tempo que a tinta da minha caneta secou-se
Mas não porque eu tenha te esquecido, pelo contrario
O tempo e a distancia só te trouxe mais para perto de mim
Tão perto que eu pude sentir teu cheiro, teu gosto
Quantas vezes eu tentei te desenhar, te dar forma
Porque você é só um sentimento, algo que eu ainda não encontrei
Todos os dias eu te procuro em vários rostos, mas não consigo te encontrar
Queria poder te dizer tudo o que sinto
Tudo o que eu queria te dar
Senti tanto a sua falta, tenho tanto medo de te perder
Ou enfim, não sonhar mais com você
É engraçado sentir isso agora, essa saudade tão grande
Porque você nunca saiu de perto de mim... Todos os dias... Sempre do meu lado
Mas eu nunca pude te tocar nem te beijar
Espero que você possa ouvir tudo aquilo que falo sozinho sobre você
Talvez você goste talvez se sinta confusa assim com eu
Quem sabe tenha vontade de ler as minhas cartas sem endereço
Sem destinatário ou remetente
Você é tão linda e me faz tão bem tê-la
Só nós dois e mais ninguém...
Sinto tanto a sua falta...
Amo você.


Vinicius D. Souza

sábado, 24 de julho de 2010

Vitrine








O vento sopra
Tão tardio agora
Pois nada nos restou.
Quando enfim perdermo-nos
E nos revelar-mos tão sós
Ao som suave do vento
Que agora baila solitário sua melodia
Aos olhos lamuriosos da chuva
Talvez possamos ser nós mesmos
Boêmios bêbados
Bailando a nossa maneira.

Vinicius D. Souza

Intenso



Um dia, quando eu contar a minha historia
Triste chorarei naquela hora
Talvez você não entenda as minha lagrimas
Nem o meu medo, confuso afogado em magoas
Boêmio bêbado, tentando acreditar em suas próprias mentiras
Entenda, talvez não seja tempo de despedidas
Mesmo ainda sendo solidão, conforto-me só
Em tempos de sonhos desperto-me
Tolo apaixonado, puro me entrego
Jogo-me, lúcido e cego...
Um dia, quando eu contar a minha historia
E do teu rosto rolarem as minhas lagrimas
Saiba, que louco fui ao viver
Imenso querer, de vida e padecer
Olha para mim sem medo, pois nada tenho
Nem bom, nem mal, apenas... intenso
Escondo-me em teus olhos
Do teu escuro conforto faço meu colo
Condeno-me a eterna inocência
Perdido em mim, réu confesso
Nem bom, nem mal apenas... intenso.
Vinicius D. Souza

Dissimular


Sinto saudade e não sei suportar
Sinto o conforto que seu braço me dá
Sinto a distancia tão perto a me sufocar
Porque sinto se não da para tocar?
E o que me faz despertar
Se todas as manhãs vem o sol me machucar
Me trazendo você e toda essa distancia
E que me despedaça e me faz chorar.
Sinto em meus pés ao andar
E no rosto o que o vento vem me sussurrar
Sinto o que poderia deixar de falar
E o que não falei com medo de errar.
E se eu pular e me jogar
E se for embora para nunca mais voltar
E se ninguém vier me encontrar
E se eu sentir que o que sinto não se pode mostrar.
Olha pra mim e me impeça de calar
Pois o medo que sinto me faz dissimular
Queria eu como louco, menino, poeta gritar
Volta... para nunca mais me deixar.


Vinicius D. Souza

Versinho


A luz do teu sorriso
Encontrou em mim abrigo
E a minha alma em ti alivio
E um ao outro se fez preciso
Sentimento amigo
Anjo lindo
Trouxe de volta meu sorrisoE a ti ofereço meu humilde versinho
Vinicius D. Souza

Manhã


Hoje acordei diferente...
acordei com menos medo da solidão,
diferente porque não senti o vazio
nem o frio da manhã...
hoje meu sorriso foi feliz
estranho... foi uma felicidade boba,
ingênua...
senti o sol que batia na janela
e aquecia o quarto...hoje...
hoje não precisei de palavras vazias
não havia perguntas
só o som suave do vento...
você esta sentindo?
Hoje...hoje não me estranhei com a lagrima que caia
porque ela molhava meu sorriso
como chuva de verão...
e o silêncio me caiu bem
porque me trouxe você
então eu soube o porque dessa manhã......
você...o melhor de mim...dentro de mim.
hoje...acordei diferente
e não era medo...
não era solidão...
era você em mim...
te amo.
Vinicius D. Souza

É você


Hoje me perguntei o que me fazia feliz?
O que me fazia acordar todas as manhãs?
Às vezes nos esquecemos o porquê
as vezes nem sabemos o porquê...
Fazia tempo que eu não olhava para o céu
A noite,eu parava e ficava olhando as estrelas
e naquele momento eu entendia o que o silencio me dizia
e sabia que não precisava mais me encontrar
porque ali era o único lugar onde eu deveria estar...
Nos perdemos eu sei
e cada lagrima nos traz mais essa certeza.
Quantos pedaços de nós deixamos pelo caminho?
Pedaços que o vento levou pra nunca mais...
Hoje me perguntei o que me fazia feliz
o que me fazia acordar todas as manhãs?...
Talvez eu jamais encontre a resposta
Mas de uma coisa eu sei
talvez a única certeza de toda a minha vida...
De quem vai estar dentro de mim pra sempre
você...
Vinicius D. Souza

Emilia 2


Busquei dentro de mim a Emilia que perdi
a minha alegria nas pequenas coisas
o sorriso ingênuo, de quem está feliz só pelo fato de existirmos
busquei o "eu te amo", simplesmente porque "te amo”
sem duvidas, sem pedidos ou trocas
busquei os anos perdidos, as saudades 1000
as palavras que agora só o coração ouvebaixinho. . . (jamais te esquecerei)
procurei as mãos que me acariciavam no frio de minha solidão
os abraços que me faziam dormir protegido
La no fundo do coração foi que busquei
busquei a distancia que jamais nos afetou
porque as almas não se distanciam
procurei perdões que nunca precisamos pedir
porque te amo e sei que me amas também
um amor puro que perdoa antes da ofensa. . .
Busquei no fundo da minha alma, mas nada encontrei. . .
e triste chorei
mas em meio a minha tristeza senti um abraço me confortar
olhei pra o lado e te vi
com seu melhor sorriso para mim
me dizendo que sempre esteve do meu lado
e que nada nos afastaria, nem a distancia, nem o medo, nem o tempo. . .
Te amo.
Vinicius D. Souza

Poeta


Sonhava sem medo ser feliz
Sem tempo deixei de sonhar
Saltei sem medo e sem tempo
E um dia de chuva vi realizar...
A vida me deu poesia
E de tão poeta me fiz tristeza
Vazia dor dos meus olhos
Das lagrimas o vento levou pureza...
Nas canções me fiz boemia
Sem sonhos me levei
E já nem sei
Quem fui depois que sonhei...
Sonhava sem medo ser feliz
Nas areias dos que correm
Me fiz poeta no fim
O homem que acordado finge que dorme...
Vinicius D. Souza

Pensamento 1



O amor é o sentimento mais puro e completo,
Ele atinge todas as raças, crenças, cores e credos,
E a forma mais bonita de amar é através da amizade,
Pois não existe amor entre marido e mulher se antes
Não houver amizade entre eles, não existe amor
Completo de pai pra filho se não houver amizade entre
eles, jamais existira amor completo entre mãe e filha
se não houvesse amizade entre elas, a amizade é à base
do amor, quando Jesus reuniu seus discípulos para
lhes falar do seu amor por eles ele lhes disse: pois
agora já não vos chamo de servos e sim de amigos.e é por isso que o meu eterno amor e para com os
meus amigos, os que estão perto e principalmente
para os que estão longe e que carregam
um pedacinho de mim dentro deles.

Vinicius D. Souza

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Culpas

Enquanto você me ouvia mentir verdades
Dos teus olhos vi brilhar o que nunca pude ter...
Fé...
Minhas muralhas, meu inverno
Tão incapazes tão sozinhas as minhas multidões
Caminhei para longe
Tão longe que não conseguia mais vê-la
E quando me percebi afogado em saudades
Já não encontrava mais o caminho para voltar. . .

Não existem caminhos certos
Para lugares errados. . .



Vinicius D. Souza

Silvia


Em tudo fui lúcida
Na loucura de meu sorriso
Na sensatez do meu silencio
No deserto de mim fiz abrigo...
Em tudo fui louca
Mulher menina
Que quando fraca me fiz forte
Carente e pequenina...
Em tudo fui amiga
Cúmplice e culpada
Fui colo, fui refugio
Amei e fui amada...
Em tudo não fui eu mesma
Me doei por demais amar
Fui amante, fui amiga
Fui você, fui todos... Fui Silvia.
Vinicius D. Souza

A porta


Entra, não fique ai fora
Das coisas que tenho só você importa
Das coisas que perdi
Só você quero de volta
Entra, tudo está do mesmo jeito
Teu cheiro, meu medo, nosso amor
O único vazio foi o que você deixou
Não coloquei nada no lugar
Entra, deixa a saudade nos levar
Quem sabe o fim tenha sido só uma palavra
Eu sempre estive aqui
Te esperando sentado na calçada
Entra, escuta o silencio de nossas verdades
Todas as mentiras ficaram Lá fora
Entra, no coração que é só seu
Para que eu possa trancar a porta.
Vinicius D. Souza

Carpe Diem



Tenho-me como recomeço
Amo-me como primogênito
Vivo somente o momento
Intenso como se fosse derradeiro
E sou sempre o mesmo
Imutável com o tempo
Mas na diversidade sou diverso
Multidões de um mesmo
Ensinando como aprendo...



Vinicius D. Souza

Abraço


Quando me desperto do medo
E sozinho me vejo
Corro sem saber para onde
Choro e grito seu nome
Quando me desperto do medo
Ansioso volto
Mas não te encontro
Nosso amor foi só um sonho
Rasgo meu peito
E de dentro tiro seu beijo
E te beijo
Com o mesmo amor, com o mesmo desejo
Quando me desperto do medo
E sozinho me vejo
Sem teus braços para completar meus pedaços
Em silencio me conforto e sozinho me abraço.



Vinicius D. Souza

Emilia


Já me perdi e me encontrei varias vezes...
Nas vezes em que me perdi me senti protegida
Nas vezes que me encontrava não me reconhecia.
Muitas vezes amei
Tanto a ponto de não existir mais em mim
E já sofri como ré confessa da minha dor.
Já olhei por horas o vazio procurando respostas
Mas também já me calei por medo da verdade.
Tantas vezes quis correr sem olhar para traz
Sem dizer adeus...
Quantas vezes, fraca e sozinha, me abracei
E chorei, sem ninguém para me consolar.
Nem uma verdade me machuca
Mas cada mentira me dilacera
Nenhuma solidão me prende
Mas o silencio me desespera.
No momento em que me vi fraca
Peguei minhas armas e batalhei
E o espelho foi meu pódio
Fui mulher, fui rainha e me amei...
Não minta verdades
Com medo que eu sinta saudades
Não mudarei o meu eu
Serei diversa ainda
Multidões de uma mesma...
Emilia.
Vinicius D. Souza

Medo de enxergar


Quero ver por onde caminhei
O que descobri e o que ainda não sei.
O que vi no escuro em que me encontro
E o que perdi na estrada chamada sonho.
Quero chorar, mesmo que doa
Lagrimas que lavam a alma.
Quero correr e fingir que é você no portão
Mesmo que depois, imóvel, olhe por horas o vazio... A solidão.
Quero ser eu, nem que por uma ultima vez
Ter de volta o coração que em suas mãos entreguei.
Quero fingir sorrisos... Como todos
Mesmo que me encontre de novo.
Tive medo de abrir os olhos
E encontrá-la refeita depois de tantos planos.
Quero palavras que me confortem
Mesmo que depois descubra que foram só palavras.
Não me entenda, jamais te pediria isso
Onde me perdi, não existe fim... Nem inicio.
Quero o silencio que tudo vem nos falar
Quero ser cego... Para verdadeiramente enxergar.


Vinicius D. Souza

Tão distante


Ao nascer como tantos a esperança

tão pequeno e feliz

eu era criança.

Mas antes que meus braços pudessem crescer

ela se foi

e o abraço materno eu não pude ter.

Sem canções de ninar e historias de amantes

pela primeira vez eu choreie me senti tão distante...

Passaram-se os anos e eu tão sozinho

quem passava olhava com dó

aquele menino.

Brincadeiras, risos e eu em um canto mudo

tão precoce me vie já era adulto...

E nos palcos da vida com ela eu contracenei

tão sozinha e perdida na vida eu a encontrei.

E sem perceber eu pedi seu semblante

e pela segunda vez eu choreie me senti tão distante...

Meus amigos que trago no peito e em retratos

comigo nos bares beberame também choraram.

E embriagados de dor e de derrotas

abraçaram-se ingenuamentee foram embora...

E hoje o que me restou foi me vicio

minha poesia

cruz e castigo.

E ao escrever agora como antes

com lagrimas no olhar

eu me senti tão distante...

Vinicius D. Souza